terça-feira, 5 de março de 2013

Respeito à privacidade




Só agora vi o Filme da Margareth Thatcher, com Merly Streep muito bem representado, excelente a nível de representação, que passou na televisão.

Gostei de ver o filme, mas senti-me incomodada com a invasão da privacidade de uma senhora que teve um papel tão importante e ainda por cima ainda está viva.

Na altura do filme estar no cinema não quis ver, embora goste imenso da actriz, tinha lido que David Cameron criticou que este filme não devia ser passado enquanto Margareth Thatcher estivesse viva e acho que ele tem toda a razão.  Acho que a demência varia de pessoa para pessoa e acho que este filme nem serve como exemplo para dismitificar tabus como foi o argumento de alguns cada caso é um caso e todos merecem respeito e privacidade.

Já estive perto de uma pessoa com sintomas parecidos e acho que essa pessoa merece respeito e nunca deixaria fazer um filme com essa parte da vida.  Mesmo essa pessoa tendo um comportamento mais disciplinado e mais agradável de feitio do que a de Margareth Thatcher representado no papel enquanto doente.

Não gostei de perceber que os filhos autorizaram a dar a imagem intima de uma senhora doente que merece todo o respeito.  Deveriam ter realçado muito mais as grandes coisas que ela fez ao longo da vida e não a parte da doença.

Quem está por perto destas pessoas passa muitas vezes por situações muito duras e muito cansativas, mas acho que quanto mais conhecida é a pessoa mais protegida deve ser de não ser devassada a sua vida. O que é que nos interessa se ela não tinha horas e era teimosa ou bebia um pouco demais e vivia com ilusões ou alucinações. Não era preciso bastava darem a entender o que ela tinha de doença e as pessoas que quisessem deduziam o resto.

Acho que os filhos acabam assim por fazer uma vingançazinha à mãe que esteve ausente, que se dedicou mais às suas causas e não a eles. É triste mas não resistiram.

Margareth Thatcher foi uma mulher fantástica e determinada, mas como muitos homens extraordinários a familia sofreu com isso.  Ela viveu para a sua causa e isso isolou-a dos outros.  É muito difícil o equilibrio, e voltando a um assunto que já falei anteriormente, o que é necessário e o que é egoísmo é uma linha ténua dificil de não a ultrapassar, para quem corre atrás de uma causa.

Será que Margareth Thatcher teria sido na mesma tão importante se tivesse dado mais atenção aos seus filhos, teria conseguido equilibrar mais a sua vida?




Um comentário:

Unknown disse...

Concordo inteiramente contigo. Também ainda não vi o filme e, sinceramente, acho que não vou ver.